terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

ADOLESCÊNCIA... Um assunto para todos!

Em janeiro reiniciamos nossas atividades com o tema ADOLESCÊNCIA contando com uma palestra realizada pela Assistente Social Maria Eliana Graça que gerou, após muito trabalho e bate papo, o nosso Boletim Informativo que reproduzimos na integra: 
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Em nossos módulos socioeducativos procuramos desenvolver temas que despertem curiosidade, dúvidas e formação de opiniões por parte de nossos adolescentes, tudo para que haja debates saudáveis para a geração de informações que possam ser repassadas à comunidade através deste boletim.
Pois bem, o tema Adolescência foi o escolhido para este módulo e desenvolvido pela Equipe, supervisionada pela Assistente Social Maria Eliana Graça, e contou com o auxílio de excelente material midiático que atraiu a atenção e incentivou a participação dos jovens.
Acompanhe os principais tópicos abordados deste importante assunto que elucidará alguns pontos que devemos compreender para facilitar esta fase de transição inerente a todos os seres humanos, portanto se você não é adolescente ou já foi ou será.      Boa leitura!
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 PUBERDADE X ADOLESCÊNCIA



A puberdade é a fase inicial da adolescência, caracterizada por alterações físicas, hormonais, sexuais, é neste período que o corpo torna-se maduro e os “adolescentes” ficam capacitados para gerar filhos.

Período da puberdade (entre 10 e 13 anos entre as meninas e 12 e 14 entre os meninos) que ocorre o desenvolvimento dos órgãos sexuais.

A partir das mudanças corporais é iniciado o processo lento e progressivo de desenvolvimento psíquico denominado ADOLESCÊNCIA.

A adolescência é um período de vida que merece atenção, pois esta transição entre a infância e a idade adulta pode resultar ou não em problemas futuros para o desenvolvimento de um determinado indivíduo.

 É nesta fase que surgem comportamentos irreverentes  e desafiantes com os outros, o questionamento dos modelos e padrões infantis que são necessários ao próprio crescimento. Muitas pessoas confundem adolescência com puberdade.

A adolescência é uma etapa intermediária do desenvolvimento humano. É nela que a pessoa descobre sua identidade e define sua personalidade, neste período o adolescente passa por crises, na qual se reformulam os valores adquiridos na infância e se assimilam numa nova estrutura mais madura.

OS 3 LUTOS



Podemos dizer que adolescência é sinônimo de crise, pois o adolescente, em busca de identidade adulta, passa para o período “turbulento” .

 A esta crise, provocada pela ampla e profunda desestruturação em todos os níveis da personalidade, segue-se um processo de reestruturação, passando por ocasiões nas formas de exprimir-se ao longo dos anos.

Essa reestruturação é o processo de elaboração dos lutos gerados pelas três perdas fundamentais desse período evolutivo:

1. Perda do corpo infantil:

Nessa fase, o adolescente vive com muita ansiedade as transformações corporais ocorridas a partir da puberdade, as quais exigem dele uma reformulação de seus mundos interno e externo. Muitas vezes, as restrições familiares e sociais para controlar esses impulsos, ameaçam tanto o seu desenvolvimento que chega a causar retardo em seu crescimento e no aparecimento natural das funções sexuais próprias dessa fase.

2. Perda dos pais da infância:

Os pais, antes idealizados e supervalorizados, passam a ser alvo de críticas e questionamentos. Dessa forma, o adolescente busca figuras de identificação fora do âmbito familiar.

Nesta fase, se caracteriza a dependência/independência dos filhos em relação aos pais e vice-versa; é o momento em que o adolescente busca substituir muitos aspectos da sua identidade familiar por outra mais individual.

3. Perda da identidade e do papel sócio-familiar infantil:

Da relação de dependência natural do convívio da criança com os pais, segue-se uma confusão de papéis, pois o adolescente, não sendo mais criança e não sendo ainda um adulto, tem dificuldades em se definir nas diversas situações de sua cultura.

No caminho para a sua independência, sentindo-se ora inseguro, ora temeroso, busca o apoio do grupo, que tem importante função, pois facilita o distanciamento dos pais permitindo novas identificações.

Para atingir a fase adulta, o adolescente deverá fazer uma síntese de todas essas identificações desde a infância.



Trata-se de um verdadeiro estado caótico que, aos poucos, vai sendo substituído pelo juízo de realidade, mediante a elaboração dos três lutos, que permite o adolescente compreender que aquela identidade infantil deve dar espaço ao seu novo papel que a natureza e o meio lhe apresentam.

A partir disso, compreendemos o conceito de morte como processo irreversível e natural do desenvolvimento. Os pais dos adolescentes também experimentam, em geral, não sem sofrimento, a perda do filho infantil. Esta é considerada uma das mais importantes e difíceis fases do ciclo de vida familiar, na qual os pais precisam aprender a flexibilizar as regras para que seus filhos, gradualmente, aprendam a ter liberdade e fazer uso dela com responsabilidade.



Para se compreender e lidar com adolescentes é fundamental que se conheça essa aparente “patologia”, chamada “Síndrome da Adolescência Normal”, com as seguintes características:




1. A busca de si mesmo e da identidade consistem em um processo de busca: com encontros fortuitos, com as paixões  repentinas, transitoriedade, formulação da autoimagem, auto definição corporal e psicológica. O adolescente não é  reconhecido neste esforço; o ambiente tende a criticá-lo pela sua volubilidade e culpabilizá-lo.

2. A tendência grupal onde o adolescente busca uma IDENTIDADE GRUPAL que facilita a resolução das ansiedades  em relação à própria falta de referenciais, modismos, posições ideológicas e filosóficas.

3. Necessidade de intelectualizar e fantasiar: o raciocínio evolui do concreto para o hipotético dedutivo.

4. Crises religiosas: busca de identidade, busca simultânea de um mundo e uma dimensão religiosa que se tornam  campo de experimentação e possíveis definições.

5. A vivência do tempo: o adolescente tende a vivenciar o tempo de forma peculiar, diferente; dilatação da dimensão do presente com consequente afastamento da dimensão do passado e do futuro; é comum se referir ao passado como algo vivido remotamente e ao futuro como algo longínquo. O adolescente tem a percepção diferente do tempo em relação ao  adulto.

6. A sexualidade: pode apresentar variadas tendências; ansiedades podem ser geradas dependendo do ambiente.

7. Atitude social reivindicatória: o adolescente se percebe como parte de uma coletividade, isso o torna capaz de uma  ideologia, de uma atitude e de um posicionamento.

8. Condutas contraditórias: experimentação constante; desvios constantes dos objetivos originais.

9. Separação progressiva dos pais: ambivalência dos adolescentes entre situações de dependência e independência.  Pais: permissividade e autoritarismo.

10. Constantes flutuações de humor: diante de tantas modificações, conquistas e impedimentos de toda ordem, o  adolescente tende a ter polarizações tanto na linha depressiva quanto eufórica. É uma flutuação constante de humor





A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NESTA FASE



Na adolescência a família é o primeiro grupo de referência. Seus padrões, sua dinâmica e valores moldam o pensamento desde a infância A família, enquanto estrutura primeira da vida de uma pessoa possibilita as relações da criança com objetos externos, assumindo juntamente com os fatores constitucionais, grande importância para o destino do indivíduo. A família e a sociedade impõem regras pelo fato de não querer que os adolescentes percam valores familiares adquiridos na infância.

O adolescente sente necessidade de experimentar coisas novas, de inovar, de ir além do mundo que até então não conhecia, o desejo de ser independente, descobre-se a beleza da liberdade e o valor do respeito.

Essa atitude vai, quase sempre contra as ideias dos pais, na maioria das vezes sentem medo de perder o controle da situação. Para os pais os filhos são sempre crianças.

Os adolescentes reclamam da falta de liberdade e  da falta de confiança dos pais. A convivência com os adolescentes é cheia de surpresas, apresentam constantes alterações de humor, num momento estão estonteantes de alegria por causa da descoberta, no outro ficam profundamente frustrados por causa da mesma descoberta. São indecisos e carentes, mas são rebeldes e defensivos. É necessário aprender a respeitar os limites.

A compreensão é, sem dúvida, fundamental para que se sinta numa ambiente amigável e confiável para agir de forma natural, espontânea e sensata.

Sabe-se, portanto que a família é fundamental nesta fase, é o alicerce para a formação do adolescente e o diálogo deve ser um exercício contínuo no dia a dia.



“A adolescência é como um segundo parto: o filho nasce da família para entrar na sociedade”



Referências: prime.org.br e suapesquisa.com



















 


Novas turmas Iniciaram em novembro/13 e estarão conosco até julho de 2014

Mais 80 jovens adolescentes iniciaram sua participação no Projeto e o primeiro tema abordado no Módulo socioeducativo foi "A BOA CONVIVÊNCIA".

O objetivo foi levar o conhecimento sobre a história do Projeto, seus objetivos e a responsabilidade de cada integrante fomentando a cidadania, cooperação e boa convivência.

Iniciou-se com uma conversa Informal sobre o Projeto, a sua história, objetivo e atividades socioeducativas.
- Reflexão sobre os Mandamentos da Boa convivência.
Mandamentos da boa convivência
1- Lembre-se de que você é um ser social; você precisa dos outros e os outros precisam de você. É a união que faz a força.
2- Controle as suas palavras, fale o necessário e em um tom de voz agradável.
3- Não magoe os outros com brincadeiras de mau gosto ou palavras ofensivas.
4- Não comente os defeitos alheios nem faça mexericos.
5- Tenha uma mente aberta para respeitar as opiniões dos outros e saiba discordar sem ofender.
6- Seja alegre e otimista. Irradie em volta de si um ambiente de bondade e confiança.
7- Mostre interesse por tudo que os outros fazem ou gostam. Alegre-se com os que estão alegres e dê seu apoio aos que estão em dificuldades.
8- Elogie os bons trabalhos, mesmo que não saiba quem os tenham feito.
9- Faça poucas promessas e cumpra-as.
10- Pratique o bem sem querer recompensa.

Outros temas discutidos foram:

Convivência Grupal: Objetivando a reflexão sobre a importância da disciplina e o comprometimento mediante a nossas escolhas. 


Atitudes positivas: Objetivando a percepção do quanto as palavras das pessoas podem influenciar as nossas atitudes e quanto é preciso coragem e determinação para vencer. Incentivar as atitudes positivas.